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terça-feira, 10 de maio de 2011

Amontoado Ambulante de Sentimentos!



Por que? Onde? E Quando?
Três pequenas perguntas que regem o nosso universo?

Onde tudo começou?
O mundo eu não sei, para mim começou no dia do meu nascimento, ou mesmo antes, no dia da minha concepção.
A partir daí, vim aos poucos me transformando no que eu sou, um amontoado ambulante de sentimentos.
Primeiro Amor. Amor? Sim o amor, e da forma mais pura e plena, pois antes mesmo de me ver ela já me amava.
Ela quem? Minha mãe é claro... Um amor sem medida, sem pedir retorno.
E depois, pai, irmãos, enfim a família...

Com ela eu aprendi a ser, a estar, a me comportar como uma pessoa normal, não pense que isso foi fácil...
Foi aos trancos e barrancos e ainda hoje tenho recaídas...
Mas eles me ensinaram a amar em retorno ao amor que eles demonstravam, me ensinaram a odiar mesmo sem querer.
Carinho? Ah, essa é apenas uma das pequenas demonstrações de amor que temos por nossos familiares, não é um sentimento propriamente falado.
Normal? Hum, o que eu quis dizer com me ensinaram a ser "normal"... A verdade é que pra todo mundo ser normal é se comportar dentro dos padrões da sociedade, para mim, ser "normal" é ser feliz, chorar, rir, sentir...

Mas continuando, Depois da família, vem meu primeiro contato direto com o "mundo", onde? Na escola é claro, professores, ou melhor, as tias, os coleguinhas, alguns tão irritantes e outros que foram meus primeiros laços de amizade fora da minha família, pra esse eu tinha que dá algo em troca, eles me chamavam de amigo, mas eles também eram meus amigos. Assim aprendi que o Egoísmo (Um sentimento) não pode ter vez em relacionamentos.

Depois, ah depois, um primeiro amor, aquela menina que morava vizinho a minha casa e todos diziam que ela seria minha namorada, um amor platônico, um amor que mesmo sem retorno se demonstra na sua forma mais pura.

Logo, vêm às mudanças, saiu de uma escola de crianças e começo a estudar numa escola pra adolescentes, onde eu me sinto o menor, o mais tapado, o menos visto por todos. Medo, essa é a sensação que surge, e se ninguém gostar de mim? E se eu não gostar de ninguém? Olha que ali eu tinha tantos amigos. Por quê? Revolta, eu quero voltar, eu quero todos os meus coleguinhas de volta. E depois Aceitação, eles ate que são legais, fiz novos amigos e são pessoas que eu gosto.

Mas tenho que mudar de novo, agora sou um adolescente, com mudanças pelo corpo todo! Ah adolescência, a primeira paixão, aquela que você tem medo de demonstrar porque não sabe o que é. A primeira decepção, quando você ver a linda menina de mãos dadas com outro cara. Mas ai vem o primeiro Beijo, sim um primeiro beijo de verdade. A primeira namorada. O melhor amigo de verdade, pois já se sabe formar laços de confiança.
E aquela menina que era minha vizinha e dizia que ia ser minha namorada é deixada para trás, assim como todos os colegas das escolas anteriores.

Depois disso, vem o fim de umas coisas e o começo de outras, sair da escola é mais um sacrifício, pois ali estão os grandes momentos da minha adolescência, muitos amores e amigos, muitas histórias e estórias. Conhecimento adquirido. Entrar na faculdade é apenas uma desculpa pra aceitar a saída da escola, porque sabia que na faculdade eu ia conhecer gente nova, fazer novos amigos, conhecer novos amores e quem sabe conhecer o amor da minha vida, mas isso tudo sem esquecer aqueles que um dia chamei de amigo e que por algum motivo estão longe, tomando outros rumos na vida... e isso eu chamo de saudade...

Ah que o período do curso superior é algo fora do comum, fazemos amigos e concorrentes ao mesmo tempo, a correria atrás de estágio, atrás de emprego e atrás de curtir a vida como se cada dia fosse o ultimo... E curtimos, trabalhamos, bebemos, caímos e nos levantamos, tudo isso pra viver um período da vida onde parece que o ultimo dia pode ser o seguinte...

E depois da faculdade bate aquela saudade, você tem mais obrigações, menos tempo pra se divertir, a faculdade sugava todo meu tempo livre, mas aquilo me fazia feliz. O trabalho me suga todo meu tempo livre e isso me torna exausto... Trabalhar, se sustentar, manter a vida, um mal necessário. E nos fins de semana, reencontrar com aquela galera que ainda insisti em permanecer na minha vida e que eu simplesmente adoro...

Depois? Eu casei com a mulher que eu queria que estivesse comigo em todos os momentos, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza...
E ela esteve, nós brigamos, nos amamos, nos ofendemos, nos "separamos", só para depois estarmos juntos de novo. Tivemos filhos, filhos esses que vimos crescer, que amamos, cuidamos com todo o carinho que nossos pais também nos deu...
Minha amada, minha vida, viver em função dela, esquecer os amigos! Sumi da vida de muitos, mas eles nunca sumiram da minha, sempre em contato, sempre saindo e lembrando de mim, sempre ao meu lado...

Ah coisa boa, ver meus netos nascerem, os ver crescerem...
Mas ai vem algo que eu mesmo depois de tanto tempo não aprendi a como reagir quando acontece, A Morte, de surpresa veio e tomou a mulher da minha vida...
Mesmo depois de tanto tempo juntos ela me amava, e eu a amava, era tudo que eu precisava e quando ela se foi, me bateu um desespero, uma dor, algo imensurável.
A alegria de ver um filho nascer e imensurável, assim como a tristeza de ver alguém partir...

Hoje eu vivo assim, meio doente, meio velho...
E quanto tempo eu quero viver? Eu quero viver todo tempo do mundo...
Quero viver mais felicidades, Desenganos, amores, desamores, conhecer novos amigos, rever os velhos, criar laços, ver meus netos crescerem e terem os seus netos e esses terem os netos deles...
Sei que isso é quase impossível, mas quem sabe...

E o que eu sou hoje? Apenas um velho Amontoado Ambulante de Sentimentos!

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