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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Música - Dois (Tiê)

Músicas, sempre encantando, embalando paixões, e fazendo sempre aflorar sentimentos. É usando isso que a Tiê com sua voz simples e encantadora, e seu jeito meigo que ela demonstra esses sentimentos através da música.
A música que segue é uma das que eu acho que mais mostra isso, música e sentimento andando lado a lado.

"E você vai me ensinar as suas verdades
E se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio."


sábado, 9 de junho de 2012

Raso, Largo, Profundo.


Até onde você pode chegar? Quais dos grandes sonhos de amor de cinema, quais os grandes anseios você pode viver? Você pode chegar até onde você se permite chegar. Um grande amor? Mais de um? Noites especiais, dias maravilhosos, um por do sol tão mágico que chega incomoda pensar em tanta doçura? Pare e pense, mas pare e pense, realmente! Quantas vezes você teve a oportunidade de viver algo assim? Não minta para si mesmo, você teve.
E por que não aconteceu? Por que você não permitiu acontecer… por que naquela noite especial, você não quis criar expectativas demais, por que quando as palavras se entulharam em sua boca, você engoliu como quem recusa um vômito e não disse “eu te amo”, afinal de contas, era precipitado. Sempre é, né? Conversa!
Você preferiu achar que não era nada demais, você preferiu achar que talvez fosse melhor parar antes que aquilo ficasse sério demais, ou que não vale a pena gostar tanto de alguém, se expor tanto, se jogar de cabeça sem receber algo em troca que lhe permita fazer isso com segurança.
Com segurança? Me poupe!
Vale mesmo a pena ser tão raso, viver sempre à margem por medo de experimentar a imensidão dessa lagoa? Medo de cair? Quantas vezes você já se levantou de tantas e tantas quedas? Por amor, por trabalho, por problemas familiares, e você se levantou, a prova disso é que agora você está aqui lendo. Se você não tivesse resistido às quedas, você não estaria aqui. O tempo passa, o medo não é desculpa para ser raso.
Evitar as quedas. Pra que mesmo?
Ao longo de minha vida, uma curta vida, tenho apenas 23, vivi coisas que eu tenho certeza que muitas pessoas passaram a vida procurando. Não tenho medo de afirmar isso. Muitas pessoas viveram muito mais que eu, ou viveram outras tantas experiências intensas quanto eu, mais jovens, até! Mas eu sei que fiz mais que muitos que conheço. Só por que eu me permiti, por que eu achei outros caminhos a seguir. Machucados? Um monte! Dores? Nossa! Mas eu vivi momentos inesquecíveis.
Momentos impagáveis!
Se eu não fosse tão intenso, se eu não tivesse dado às pessoas que estavam do meu lado tanta importância, se eu não tivesse criado expectativas e vomitado tudo o que eu sentia, se eu tivesse sentido medo de parecer louco, exagerado, esses momentos não existiriam. Momentos, amigos, que com certeza levarei para a minha vida inteira, enquanto a memória permitir, lembrarei, enquanto o corpo me permitir, me excitarei com algumas dessa lembranças…
Eu saí do raso. Paguei meu preço, quase me afogo, mas ganhei a possibilidade de aprender a nadar. Não que eu já saiba, mas aqui é melhor que lá, lá só molho os pés.
Estamos molhando nossos pés! Estamos cada vez mais rasos, para nos proteger, para não machucar, para não nos machucar. Esperando o momento certo, a hora certa, a pessoa certa. Com medo de investir em algo que vai acabar. Tudo acaba, meu amigo, se não na vida, acaba na morte. O fim é o destino inevitável de tudo que começa. Não importa se essa relação vai durar um dia, dois, um mês, um ano, a vida. O que importa é ser inteiro, é viver tudo que aquilo pode te oferecer. Vinícius já disse, outros já disseram de outras formas, só estou a repetir: “que seja infinito enquanto dure”. O que importa não é onde você chega, mas por onde você passa. Existem momentos que não tem preço! São jóias da vida.
Por mais que seja tentador evitar, vou continuar, vou ser tanto ou mais intenso quanto sempre fui, vou continuar me expondo demais, darei importância quando, talvez, eu não tenha nenhuma para quem está do outro lado. Vou cada vez mais ao fundo. Ainda preciso aprender a nadar, mas disso o tempo cuida. Por isso, posso dizer que, sinceramente, vivi amores reais, desses de livro, de romance mexicano (e queria que todas elas soubessem da importância que tiveram), por que eu me permiti.
Não quero com isso dizer que amar é um ato solitário, pra ser maior os dois precisam estar do mesmo lado da lagoa. Mas se você se sente a vontade de ir fundo, vá! Você não vai se arrepender. Haverão muitas chances de tentar novos nados, haverão outras companhias, e não se preocupe com os injúrios, deles você se recupera, como todos os outros!
Vicente Reis
Vi la no Ruim com Elas

Todos os direitos Reservados a Ruim com Elas

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"O Tigre e a Neve"



‎[…]Vamos, vamos. Sejam rápidos, velozes, lentos. Calma. Sem pressa. E não escrevam poemas de amor logo de cara! São os mais difíceis, deixem pra quando tiverem uns 80 anos. Escrevam sobre algo assim, sei lá… Sobre o mar, o vento, um aquecedor, um bonde atrasado! Não existe isso de coisas mais e menos poéticas. Entenderam? A poesia não está fora, está dentro. O que é poesia? Não posso responder. Olhe-se no espelho: A poesia é você. E vistam bem seus poemas! Procurem bem as palavras! Escolham-nas! Às vezes, levam-se oito meses para achar uma palavra! Escolham-nas, pois a beleza começou quando alguém começou a escolher! Desde Adão e Eva! Sabem quanto Eva procurou a folha de parreira certa? ‘Que tal esta? Ou esta? Ou esta?’ Depenou todas as parreiras do jardim do Éden! Apaixonem-se! Se vocês não se apaixonam, tudo está morto! Tudo está morto! Apaixonem-se, e tudo vive, tudo se move! Dilapidem o prazer, esbanjem a alegria… Sejam tristes e taciturnos com exuberância… Soprem no rosto das pessoas a felicidade! Como fazer isso? Deixem-me olhar as anotações, esqueci! Precisam fazer isso! Não consegui ler! Agora eu esqueci o que ia eu falar! Para transmitir felicidade, é preciso estar feliz… E, para transmitir dor, é preciso estar feliz! Sejam felizes! Precisam padecer, ficar mal, sofrer! Não tenham medo de sofrer! O mundo inteiro sofre! E, se não tiverem as ferramentas, não se preocupem… Afinal, pra fazer poesia, é preciso apenas uma coisa: Tudo. Certo? E não procurem o novo, o novo é a coisa mais velha que existe! E, se os versos não vêm nesta posição, nesta, ou assim… Joguem-se no chão, assim! Pronto! Deitados, conseguimos ver o céu! Olhem que beleza! Por que não me deitei antes? O que estão olhando? Os poetas não olham; eles vêem! Façam com que as palavras obedeçam! Se a palavra “muro” não lhes der ouvidos… Não a usem por oito anos! Assim ela aprende! ‘O que é aquilo? Eu sei lá!’ Essa é a beleza! Como estes versos, que quero que fiquem aí para sempre! Vamos, apaguem tudo, precisamos começar. A aula acabou.[…]


(Do filme O Tigre e a Neve)
Por: Denise Dantas